quarta-feira, 15 de março de 2017

A arte dos relacionamentos

Introdução
Não existem relacionamentos perfeitos. Eles são construídos e dependentes da experiência, maturidade e sabedoria da pessoa em interpretar e corrigir as experiências afetivas negativas (Pv 15.31), transformando-as em lições positivas para que não se repita os erros cometidos (Pv 9.9; 13.16). É preciso educar as emoções para conviver com as diferenças e não responder o agravo com outro (Pv 15.1, 18, 23). Isto não ocorre de um dia para o outro, mas é um processo que perdura por toda vida. 
Relacionamentos saudáveis e afetividade (Jo 13.34)
O homem é um ser em construção. Ele não nasce pronto, acabado, mas do início ao fim da vida está em permanente desenvolvimento de sua personalidade, talentos, habilidades e relacionamentos (Sl 103.14-16). O homem não é apenas capaz de aprender, como também em desaprender, adquirir novos hábitos e caminhar rumo à maturidade (Ec 3.1-7). Ele cria e recria a si mesmo. 
 A construção do sujeito não é um processo retilíneo, mas repleto de serpenteados, de rupturas e retomadas de rumo, como afirma Ec 3. Ele cresce no cultivo da vida social e deve ser sábio para distinguir os relacionamentos bons dos maus, as boas companhias das más, as interações frutíferas das frívolas e assim sucessivamente (Pv 13.20; 14.8). É no encontro dos vários afluentes da vida social, espiritual e afetiva que a vida e a identidade do sujeito são construídas. Ele tanto exerce quanto sofre influências e deve proceder de tal modo que as influências negativas não modifiquem seu comportamento e suas escolhas cristãs (Pv 14.33; 1Co 13.11). O homem deve ser bom apesar de toda lama que o cerca (Pv 4.20-27; 16.2; 21.21).
Entendendo as interações humanas como parte de um processo necessário à construção do sujeito, e que esse desenvolvimento não ocorre exatamente como fórmulas matemáticas, mas se trata de uma construção social na qual o indivíduo se constitui e prossegue se constituindo, a pessoa é responsável por aquilo que cultiva e pelas escolhas que faz ao longo do caminho (Pv 16.9; 22.24-26). Nessa lida, a educação dos sentimentos desenvolvidos nas interações sociais na infância e adolescência são muito significativas para a nova fase da vida adulta, a qual o jovem, por exemplo, já se encontra no limiar. Cabe bem uma parte da poesia de Rudyard Kipling (Citado por Júlio Schwantes, em Colunas do Caráter):
“Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes, e, entre reis, não perder a naturalidade, e de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes, se a todos podes ser de alguma utilidade, e se és capaz de dar, segundo por segundo, ao minuto fatal todo valor e brilho, tua é a terra com tudo o que existe no mundo, e – o que ainda é muito mais – és um Homem, meu filho!.” 
Relacionamentos doentios e o ser  
O desenvolvimento integral do homem não deve ser fragmentado na imatura linguagem teológica da dicotomia ou tricotomia (Lc 2.52; 1Ts 5.23; Hb 4.12) ou mesmo nas expressões da psicologia (motor, afetivo, cognitivo, social), como se o crescimento afetivo saudável ou doentio se manifestasse em uma das partes sem afetar ou ter relação com o todo. O ser humano se desenvolve numa totalidade e cada uma das dimensões que o compõe é afetada como também influencia umas às outras. No exemplo de Saul, o primeiro a ser prejudicado foi o próprio rei que, tomado de profunda inveja e ira (Pv 14.17, 30), não teve maturidade para resolver seus dilemas e conflitos, vindo a cometer suicídio (1Sm 31.1-6). O desgaste emocional de Saul (1Sm 18.7-9) teria sido evitado se ele dominasse a si próprio (Pv 30.33; 25.28; Gl 5.23).
A falta de maturidade afetiva de Saul levou-o a se ocupar em destruir a Davi (1Sm 18.7-15; 19.1-11). Ele tinha família, um reino e exércitos para cuidar, no entanto, ignorou todas as suas responsabilidades como pai, rei e comandante para perseguir o músico de Javé (1Sm 18.10). Saul estabeleceu para si um objetivo vil que afetou e prejudicou toda sua vida emocional, social e espiritual. Sua energia e vida foram drenadas por sentimentos doentios que levaram-no à amargura e mais tarde ao suicídio. Cultivar a ira, a vingança, a mágoa, entre outras emoções e sentimentos ruins prejudica a totalidade da vida humana. A força dessas emoções não pode ser subestimada e negligenciada por qualquer pessoa. Elas sobrepõem-se a razão e influenciam profunda e completamente o comportamento do indivíduo, sem que ele próprio atine para isso. De pouco adianta a oração, a leitura das Escrituras e o aconselhamento se a pessoa não tomar a decisão de perdoar o suposto ofensor (Mt 5.44; 6.12; Ef 4.32), deixar a ira, abandonar o furor e não procurar a vingança (Sl 37.8). Para vencer tais emoções e sentimentos destrutivos o salmista aconselha: “não te indignes para fazer o mal”, “não tenhas inveja dos que praticam a iniquidade”, “deixa a ira”, “abandona o furor” (Sl 37.1,7,8). Proibi-los não é suficiente, segundo Davi, que tanto sofreu injustiças, é necessário assumir uma nova postura: “confia no Senhor”, “faze o bem”, “deleita-te no Senhor”, “descansa no Senhor e espera nele” (vv. 3-7).
Sentir raiva, inveja, ciúmes entre outros sentimentos que afetam a vida psicossocial do homem, embora não desejável, faz parte da vida humana e da aprendizagem afetiva a qual o homem está trilhando e são descritos na Bíblia como pecado (Gl 5). Todavia, é necessário dominar e refrear tais sentimentos e impulsos (Pv 25.38; At 24.25). Caim (Gn 4.8-15), Saul (1Sm 18.7-15) e Sansão (Jz 14) são exemplos de pessoas que se deixaram levar por sentimentos que destruíram suas vidas. Leia a recomendação de Deus a Caim (Gn 4.7). Afirmou Júlio Schwantes, em Colunas do Caráter: "O domínio-próprio é uma conquista diária, em que as pequenas vitórias de hoje preparam as vitórias maiores de amanhã". Deste modo, afirmo que a verdadeira grandeza do homem é medida pela força dos sentimentos que ele domina, e não pelos sentimentos que o dominam. 
 Construção de bons relacionamentos
Para compreender a base dos bons e dos maus relacionamentos é preciso entender a construção do próprio sujeito em seus diversos níveis: social, cultural, religioso. As interações sociais são construídas com base nos valores advindos da experiência de vida e formação da personalidade e caráter das pessoas. Nisto, a educação familiar como também a sociedade pode interferir positiva ou negativamente na construção ou não de relacionamentos maduros (Pv 23.13; 20.11; 29.15). Todavia, isso não significa que o sujeito esteja mecanicamente determinado por essas relações sociais, contudo, não se pode negar as influências externas na formação da afetividade. Da mesma forma como se aprende bons hábitos pode-se também com algum esforço abandonar os maus costumes e sentimentos que prejudicam as interações humanas.
Bons relacionamentos são construídos ao longo do processo de aprendizado de vida do indivíduo (1Sm 18.1). Eles são capazes de estimular o que há de melhor no outro, revelando qualidades que talvez fosse ignorada pela própria pessoa (1Sm 19.1-7), pois favorece o conhecimento de si e do outro (1Sm 18.3-4). Eles não surgem de modo inesperado e mágico, mas desenvolvem-se à medida que os interesses e afinidades correspondem ao do outro. Neste aspecto, é importante escolher e iniciar boas amizades e relacionamentos saudáveis nos grupos de afinidades como a família e a igreja. Nesses dois grupos principais, os valores, os objetivos e as crenças são possivelmente mais afins do que noutros grupos de interesse como os da empresa, da universidade, onde nem sempre se encontram pessoas dispostas a compartilhar dos valores e crenças pessoais. A igreja, a comunidade da fé, é o lugar ideal para que o cristão estabeleça relacionamentos maduros e duradouros. Isto é possível porque há certa afinidade e interesse mútuos. Os princípios estabelecidos no Salmo 1.1-6 e 1 Coríntios 15.33 devem ser observados cuidadosamente por aqueles que desejam agradar ao Senhor, até mesmo na seleção de suas amizades e relacionamentos sólidos.
Infelizmente, os bons relacionamentos estão cada vez mais raros. O vulgar é ter muitas “curtidas” e “amigos” nas redes sociais, mas raro são os amigos para se estabelecer relacionamentos verdadeiros e duradouros. Todavia, isso não quer dizer que estabelecer bons relacionamentos seja impossível, apenas que boas interações humanas não se acham em qualquer lugar como mercadoria barata e de pouco prestígio. Alguns não encontram boas pessoas para se estabelecer boas interações humanas e significativas pelo simples fato de procurarem em lugares ruins. Daí a razão pela qual devemos valorizar as amizades dentro do grupo de interesse como a família e a igreja e, mesmo assim, doses de discernimento e perspicácia são necessários. Nem todas as amizades na comunidade de fé são sinceras. Sempre há um "judas" disposto a macular a honra dos outros e pilhar as sobras. Portanto, cultive os bons relacionamentos! Invista nas pessoas com as quais existe certa afinidade, principalmente com os domésticos na fé.
Personagens como Caim, Saul e Sansão ilustram como a falta de domínio pessoal sobre os sentimentos e desejos podem prejudicar as interações humanas. Portanto, se você tem dificuldade em dominar a si próprio ore a Deus pedindo o fruto do Espírito (Gl 5.22-23). 
Esdras Costa Bentho, teólogo pentecostal, professor da FAECAD, Mestre e Doutorando em Teologia pela PUC, RJ.

sábado, 11 de março de 2017

Assembleia de Deus dá início a campanha nacional de oração pelo país

Presidente da CGADB esteve com o presidente Temer no dia 8 de fevereiro, orando por ele e conversando sobre os principais desafios enfrentados pelo país


Na quarta-feira (8), aconteceu em Brasília (DF), capital federal, uma reunião do presidente da República, Michel Temer, com a presença do presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), pastor José Wellington Bezerra da Costa;  o Ministro do Trabalho, o pastor assembleiano Ronaldo Nogueira; os deputados da Assembleia de Deus João Campos, que preside a frente parlamentar, pastor Paulo Freire, pastor Ronaldo Fonseca; do diretor executivo da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), Ronaldo Rodrigues de Souza e outros pastores.

Na ocasião, o presidente da CGADB levou ao presidente Temer uma campanha de oração que as Assembleias de Deus farão em prol da nação com o tema, "Abençoe o Brasil, Ore pelo Presidente". O presidente Temer expressou o seu contentamento com a iniciativa afirmando que realmente precisa das orações dos membros das Assembleias de Deus. O presidente da CGADB, pastor Wellington, entregou ao presidente Temer um exemplar da Bíblia Cronológica de Aplicação Pessoal, o mais novo lançamento da CPAD.

No encontro, o pastores trataram com o presidente dos desafios que o país vem enfrentando, dizendo que o presidente pode contar com o apoio e as orações dos milhões de membros das Assembleias de Deus.

Ao final, pastor Wellington fez uma oração pelo presidente e pelo país.

Sejam Bem Vindos - AD Belém - Setor 19 Guarulhos - Congregação S J Batista